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Capítulo 4 - Porto Alegre/RS
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ASSOCIAÇÃO DE HOMENS DE
NEGÓCIO DO EVANGELHO PLENO

 



O CLÁSSICO ARGUMENTO DO RELÓGIO

Ao atravessar um caminho, suponhamos que eu tropeçasse em uma pedra. E então que alguém me perguntasse como aquela pedra veio a aparecer ali. Nesse caso, eu poderia responder que, a menos que eu soubesse algo em contrário, deve ter sido posta ali desde sempre; e não seria muito fácil mostrar o absurdo de minha resposta.

Mas, suponhamos que eu tivesse encontrado um relógio no chão, e que alguém me indagasse como o relógio viera parar naquele lugar; nesse caso, dificilmente eu pensaria na resposta dada no caso anterior - que, a menos que eu obtivesse alguma prova em contrário, aquele relógio deveria ter estado ali desde sempre.

Todavia, por qual razão a resposta que serviria para o caso de uma pedra, não serviria para o caso de um relógio? Por esta razão, e por nenhuma outra, a saber, que, ao passarmos a inspecionar o relógio, percebemos (o que não poderia ser descoberto na pedra) que suas diversas partes foram feitas e reunidas para um determinado propósito, como, por exemplo, que foram formadas e ajustadas de tal maneira a ser produzido movimento, movimento esse regulado de tal maneira a marcar as diversas horas do dia; que, se as diversas partes do relógio tivessem formatos diferentes daqueles que têm, fossem de dimensões diferente do que são, ou tivessem sido dispostas em outra posição ou em outra ordem qualquer, então, ou nenhum movimento seria registrado pela máquina, ou não haveria utilidade para o relógio, segundo encontramos agora.

Considerando algumas de suas partes componentes mais óbvias, bem como com as suas respectivas funções, todas as quais tendem para obter um único resultado: vemos uma caixa cilíndrica que contêm uma mola elástica em espiral, que devido ao seu esforço de expandir-se, faz o mecanismo funcionar... Também observamos que as rodas da engrenagem foram feitas de bronze, a fim de não se enferrujarem; e que as molas são feitas de aço, pois nenhum outro metal é tão elástico; e que na face superior do relógio fora posto um vidro, material empregado em nenhuma outra porção do relógio, porquanto se tivesse sido empregado em seu lugar qualquer substância que não fosse transparente, as horas não poderiam ser verificadas a menos que se abrisse o mecanismo.

Uma vez - observando - esse mecanismo... fica clara a inferência que reputamos inevitável; - aquele relógio deve ter tido um fabricante; que deve ter havido, em algum tempo, num lugar ou noutro, um artífice ou artífices que formaram o relógio com o intuito que nele encontramos; os quais compreenderam a maneira de fabricá-lo, tendo traçado o designo de seu emprego.

I. Segundo entendo, essa conclusão de maneira alguma ficaria debilitada se jamais tivéssemos visto antes um relógio; se jamais tivéssemos conhecido um artífice capaz de fabricar um desses aparelhos; e se fôssemos inteiramente incapazes de executar pessoalmente uma obra dessa envergadura...

II. E nem, em segundo lugar, segundo compreendo, seria invalidada a nossa conclusão, se algumas vezes o relógio funcionasse mal ou raramente se mostrasse exato na marcação das horas... pois não é mister que um mecanismo seja perfeito a fim de ficar demonstrado o desígnio com que foi feito: ainda menos necessário se torna isso quando a única pergunta é se foi feito com qualquer desígnio.

III. E nem, em terceiro lugar, seria necessário dar qualquer foro de incerteza ao argumento, ainda que descobríssemos algumas poucas partes no relógio, para as quais não víssemos qual a sua utilidade dentro do quadro geral; ou mesmo que houvesse algumas partes acerca das quais não pudéssemos atribuir qualquer utilidade...

IV. E nem, em quarto lugar, qualquer indivíduo, em sua mente sã, haveria de pensar que o relógio, com seu complicado maquinismo, poderia ser explicado pela declaração que deveria ser alguma combinação fortuita de materiais, e que qualquer outro objeto que tivesse sido encontrado no lugar do relógio, devesse ter contido alguma configuração interna ou outra; e que essa configuração poderia ser a estrutura mais exibida, a saber, todas as partes componentes do relógio, embora em uma estrutura diferente.

V. Nem, em quinto lugar, o inquiridor haveria de obter mais satisfação, se lhe respondêssemos que existem nas coisas certo princípio de ordem fortuita que dispôs as partes componentes do relógio em sua forma e situação presente. E isso porque jamais teria visto um relógio fabricado por efeito desse princípio de ordem; e nem mesmo poderia formar idéia do sentido desse princípio de ordem, distinto da inteligência de um fabricante de relógios.

VI. Em sexto lugar, ele ficaria surpreendido se ouvisse dizer que o mecanismo do relógio não pode servir de prova de simulacro, mas tão- somente de motivo para induzir a mente a assim pensar.

VII. E não menos surpreso ficaria se fosse informado que o relógio que tinha nas mãos nada mais era senão o resultado das leis de natureza metálica. Porquanto trata-se de um perversão da linguagem atribuir a qualquer lei o papel de causa eficiente e operativa do que quer que seja. Toda lei pressupõe um agente, pois é apenas o modo pela qual esse agente age: subentende poder, pois é a ordem segundo a qual esse poder atua. Sem esse agente, sem esse poder, ambos os quais são distintos dela, a lei nada faz e nada é.

VIII. E, finalmente, o nosso suposto observador também não poderia abandonar a sua conclusão, e assim perder a confiança em sua verdade, se lhe fosse dito que ele nada sabia sobre a questão. Pois a verdade é que ele sabe bastante para o seu argumento - ele conhece a utilidade do objeto - ele conhece a subserviência e a adaptação dos meios ao fim colimado. Uma vez que sejam reconhecidos esses pontos, a sua ignorância sobre os outros pontos, as suas possíveis dúvidas sobre os demais pontos, jamais poderão afetar a segurança de seu raciocínio. A consciência de que pouco sabe não requer que ele desconfie daquilo que já sabe.

Suponhamos, em seguida, que a pessoa que encontrou o citado relógio, após algum tempo, viesse a descobrir que, em adição a todas as propriedades de, no decurso de seus movimentos, vir a produzir um outro relógio semelhante a ele mesmo... qual seria o efeito dessa descoberta sobre a sua conclusão anterior?

I. O primeiro efeito seria o de aumentar a sua admiração pelo invento, e também o de aumentar a sua convicção sobre a grande habilidade do inventor...

II. Ele refletiria que embora o relógio estivesse ali à sua frente, - em certo sentido - o fabricante do relógio fosse ele mesmo, no decurso de seus próprios movimentos, seria algo muito diferente em sentido do caso em que, por exemplo, um carpinteiro é o fabricante de uma cadeira; o autor de sua invenção a causa da relação entre suas partes componentes e o seu emprego. No que diz respeito a isso, o primeiro relógio não teria sido causa, de forma alguma, do segundo relógio - pelo menos não no sentido que foi o autor da constituição e da ordem, ou das partes contidas no novo relógio, ou dessas mesmas partes, mediante a ajuda e a instrumentalidade daquilo que foi produzido...

III. Embora não seja agora mais provável que o relógio individual, que fora encontrado pelo nosso suposto observador, tenha sido feito imediatamente pelas mãos do artífice, todavia essa alteração de forma alguma modifica a conclusão de que um artífice foi originalmente empregado na produção de um relógio, tendo concentrado a sua atenção nesse mister. O argumento baseado no desígnio permanece assim inalterado. Os sinais de desígnio e de invenção não serão atribuídos agora de forma diferente do que eram antes...

Estamos agora indagando qual a causa dessa subserviência a um uso, aquela relação para com uma finalidade, que já observamos no relógio à nossa frente. Nenhuma resposta será dada a essa pergunta com a réplica que um relógio anterior o produziu. Pois não pode haver plano sem um planejador; nem invenção sem um inventor; nem arranjo sem alguém capaz desse arranjo; nem subserviência e relação para com um propósito, sem alguém que possa traçar esse propósito; nem meios apropriados a uma finalidade, e execução na realização dessa finalidade, sem que essa finalidade tenha sido contemplada, ou sem que os meios tenham sido adaptados à mesma.

Arranjo, disposição de partes, determinado uso - tudo subentende a presença de inteligência e de mente. Por conseguinte, ninguém pode acreditar racionalmente, que um relógio insensível, inanimado, do qual se originou o relógio à nossa frente, tenha sido a causa apropriada do mecanismo que tanto admiramos nele - como se verdadeiramente houvesse construido o instrumento, disposto em ordem as suas diversas partes, dado a cada uma o seu papel, determinado a ordem, a ação e dependência mútua das mesmas, e houvesse combinado os seus diversos movimentos, para obtenção de um único resultado...

IV. E nem se ganha coisa alguma levando a dificuldade um passo mais adiante, isto é, supondo-se que o relógio à nossa frente foi produzido por outro relógio, este por um outro ainda, e assim indefinidamente. Nosso retroceder, até esse ponto, não nos leva mais perto, em qualquer grau de satisfação, às origens do assunto. Pois a invenção dessa maneira, continuaria sem explicação. Ainda haveríamos de procurar um inventor. Pois essa suposição nem supre e nem dispensa uma mente planejadora.

Se a dificuldade fosse diminuída à medida que fôssemos retrocedendo, e recuássemos indefinidamente haveríamos de exauri-la... Não há diferença alguma quanto ao ponto em questão... entre uma série e outra; entre uma série que é finita. Uma corrente, composta de um número infinito de elos não pode sustentar-se mais do que uma corrente feita de um número finito de elos... Aumenta-se o número de elos, por exemplo, de dez para cem, de cem para mil, etc., não nos aproximaremos, em grau algum, da solução, e nem haverá a menor tendência para a auto-sustentação... Isso se assemelha extraordinariamente com o caso que temos à frente.

A máquina, que estamos inspecionando, pela sua própria construção demonstra invenção e desígnio. A invenção deve ter tido um inventor; o plano deve ter tido um planejador; e isso sem importar se a máquina se derivou imediatamente de outra máquina, ou não. Essa circunstância não altera o caso... Um inventor continua sendo necessário. Nenhuma tendência é percebida, nenhuma aproximação é feita da diminuição dessa necessidade. Continua a mesma coisa, em cada sucessão dessas máquinas; uma sucessão de dez, de cem ou de mil; tal como sucede numa série, assim também sucede na próxima; uma série finita, tanto quanto uma série infinita... Sem a menor diferença, invenção e desígnio continuam inexplicados pela mera multiplicação dos casos.

A pergunta não consiste de "como é que o primeiro relógio veio à existência?"... Supor que assim é equivale a supor que não faria diferença se tivéssemos encontrado uma pedra ou um relógio. Na natureza do caso, as questões metafísicas dessa pergunta não têm lugar; pois no relógio que estamos examinando podemos ver invenção e desígnio; finalidade e propósito; meios adaptados a um fim, e também adaptação a esse propósito.

E assim, a pergunta que se destaca irresistivelmente em nossos pensamentos é: "De onde se deriva essa invenção e desígnio?" O que se busca é a mente que tencionou, a mão adaptadora, a inteligência por meio do qual essa mão foi orientada. Essa pergunta, essa exigência, não pode ser abalada pelo número crescente ou pela sucessão de substâncias... É inútil, portanto, atribuir uma série de tais causas, ou alegar que tal série possa ser levada de volta até o infinito...

V. ...A conclusão que é sugerida pelo "primeiro" exame feito no relógio, acerca de seu funcionamento, de sua construção e de seus movimentos, é que deve ter tido um artífice como causa e autor de sua construção, o qual compreendeu seu mecanismo e traçou o desígnio de sua utilização. Essa conclusão é invencível.

Um "segundo" exame apresenta-nos uma nova descoberta. O relógio é encontrado, no decurso de seus movimentos, a fim de produzir outro relógio similar a ele mesmo; e não somente isso, mas percebemos nele certo sistema ou organização, separadamente calculado para obter esse propósito. Que efeito produziria essa descoberta, ou qual efeito deveria produzir sobre nossa inferência anterior? Que efeito teria, senão, além de tudo que já foi dito, aumentar em muito a nossa admiração pela habilidade que foi empregada na construção de tal maquinismo?

Ou, ao invés disso, todos esses fatos nos fariam voltar para a conclusão oposta, a saber, que nenhuma arte ou habilidade de qualquer espécie foi envolvida na construção do relógio?... Poderia esta última conclusão ser mantida sem que se caísse no maior dos absurdos? Não obstante, isso é o ateísmo.


Autor: William Paley, filósofo britânico, que viveu de 1743 a 1805




Opinião de Russell Norman Champlin, Ph. D., sobre o Argumento do Relógio de Paley:

Eu aprecio esta breve avaliação, mas não vai longe o bastante. Paley pensava que havia uma diferença entre a pedra na qual tropeçara e o relógio, no que diz respeito à nossa necessidade de explicar o "desígnio" das coisas.

Mas, na realidade, não há diferença.
A pedra é tão maravilhosa quanto o relógio e possessa de um desígnio tão imenso, que Paley, em sua época, não poderia ter imaginado sequer uma parte diminuta dele. Encontrar uma pedra exige uma explicação acerca de um Artífice.

Note também que o que chamamos de coisa inanimada não pode ser pensado como o produto de uma seleção natural. O seu desígnio não tem sido produzido por algum longo processo de evolução, mas é real e demanda que procuremos alguma razão suficiente para ele. A razão nos leva de volta a Deus, o Grande Artífice.

Então, que negócio é este de resolucionar supostamente o "problema de desígnio", pela mera produção das palavras mágicas, "seleção natural", mesmo no que diz respeito aos organismos vivos? Como, podemos perguntar, —funciona— a seleção natural, que inteligência está atrás dela? Pode ser que funcione por acaso?

Leva mais fé para aceitar isto do que para aceitar o conceito de um Grande Artífice. No máximo, a expressão "seleção natural" pode implicar meramente em como funciona a Mente Divina, em certa determinada parte da natureza. É a seleção natural sem-mente? Que maravilhosas coisas a falta de mente ativa tem produzido! Os homens pensantes reconhecerão que o conceito intitulado seleção natural, nos leva ao Artífice, e não para longe Dele.

Logicamente, sabemos que a seleção natural opera neste mundo, apesar de eventos caóticos e cataclísmicos produzem mudanças imediatas, pulos para a frente e para trás. Ainda está aberto ao questionamento sério, mesmo no terreno científico, se este conceito pode explicar a origem do homem, como nós o conhecemos. Que a seleção natural opera no mundo de outras maneiras, não nos resta dúvida.

Mas para pedir a mim que creia nela como "não-pensante" é demais. - Isto é tomar um passo para trás na explicação de um "porque" do desígnio e não em direção desta explicação.

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